Por: Elenice Costa
Quem
vê Marly Santiágua da Silva, de 20 anos, grávida de cinco meses e seu
marido Marcos André de Almeida, de 43 anos, não imagina que até poucos
dias, a família não tinha endereço fixo. Há cinco anos o casal “morava”
nas ruas da cidade e, ultimamente, dormia no Jardim São Benedito. O
casal foi beneficiado com uma casa no Conjunto Habitacional do Morar
Feliz da Tapera II, por iniciativa da Secretaria da Família e
Assistência Social, que viabiliza casa própria para famílias que vivem
em áreas de risco e situação de vulnerabilidade social.
Tudo começou na vida do casal, através de um trabalho desenvolvido pelo Centro
de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro
Pop), que acolhe os moradores de rua e os abriga em sua sede. No local
são oferecidos cuidados de higiene e alimentação, albergagem,
atendimento de saúde e investigação social.
O
ex-morador de rua, Marcos André de Almeida, afirma que, com o passar do
tempo, ele teria visto que a rua não era lugar para ninguém morar,
principalmente, quando a pessoa decide mudar de vida. “Hoje eu e minha
esposa podemos dormir tranquilos, não corremos mais riscos de vida nas
ruas e, depois que passamos pelos atendimentos na Casa da Cidadania,
conquistamos uma vida melhor. Agradeço pela nova oportunidade de vida”,
completa Marcos André.
Mais casos -
Outra moradora que teve oportunidade de mudar de vida foi Solange Pedro
da Silva, de 44 anos, que há dez morava na rua e dormia em vários
pontos da cidade, como mercado municipal e parque Alberto Sampaio.
De acordo com o coordenador do Centro
de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro
Pop), Evaldo Malaquias, recolher morador em situação de rua é oferecer
dignidade e cidadania, favorecendo com um endereço fixo. “A Casa da
Cidadania atende moradores de rua que já perderam todo vínculo familiar,
pessoas que não têm lugar para retornar e, quando é necessário,
realizamos uma busca mais demorada para localizar um familiar.
Essas
pessoas que, por algum motivo, estão em risco social ou com dificuldade
de residência, acabam se tornando moradores de rua, alguns dependentes
químicos e outros com transtornos mentais. Eles são acolhidos durante
sete dias no albergue, cumprem horários e recebem café da manhã, almoço e
jantar. Essa é a proposta de trabalho do Centro Pop e Casa da
Cidadania”, concluiu Evaldo Malaquias.